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Dentro da casa de seis cômodos, cerca de 30 jovens LGBT (sigla para lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) participam gratuitamente de aulas de música, teatro e de produção de revistas, todas voltadas para o universo gay. A ideia nasceu há dez anos, a partir de e-mails trocados pelo fundador, o jornalista Deco Ribeiro, com outros jovens que passavam pelas mesmas angústias que ele. Hoje com 39 anos, Deco conta que se descobriu homossexual no início da adolescência, aos 13. “Eu achava que era o único gay da minha escola, da minha rua, da minha cidade. Com a internet, descobri que muitos passavam pelo mesmo que eu”, lembra. Com o sucesso da lista de e-mails, que chegou a reunir 4 mil participantes, Deco criou um site para agregar as principais dúvidas e questionamentos dos jovens. Foi quando nasceu o E-Jovem, transformado em 2004 em uma ONG para combater a homofobia.Em 2009, o projeto de Deco para uma escola de artes voltada para jovens LGBT venceu um edital do Ministério da Cultura, em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura. Único dos 350 candidatos a propor a criação de um centro cultural voltado para a diversidade sexual e de gênero, o projeto passou a ser um dos Pontos de Cultura do Estado e a receber uma verba de 60 mil reais por ano. Com o dinheiro, Deco transformou a casa em que vivia com o companheiro Chesller -Moreira (a drag queen Lohren Beauty) em escola. O espaço ainda parece improvisado. O pequeno pátio recebeu carteiras e espelhos nas paredes pintadas de rosa e branco, um banner e a clássica bandeira arco-íris do movimento são os únicos sinais de militância LGBT. Na outra sala, três computadores e um monitor formam a sala de informática. As oficinas oferecidas também funcionam como espaço de convivência. “Aqui todo mundo pode ser como realmente é”, afirma Deco. A verba do Ministério também paga o salário de três professores e fornece ajuda de custo para seis bolsistas. Como as aulas são gratuitas, a quantia de 100 reais serve principalmente para transporte. Além de jovens de Campinas, há alunos de cidades próximas, como Valinhos e Monte Mor.Apesar do foco no mundo gay, héteros também são bem-vindos na escola. Atualmente, duas meninas heterossexuais participam das oficinas de revista. “Não é um curso fechado para gays. Acreditamos que, quanto mais você conhecer o diferente, mais rica será sua experiência”, explica Deco. Nem todos, porém, -compartilham do mesmo ponto de vista. Em novembro do ano passado, a escola foi atingida por pedras e garrafas. A suspeita é que o ataque tenha partido de moradores da região. A direção da escola colocou a boca no trombone: depois dos avisos na mídia local de que câmeras de segurança seriam colocadas na entrada, não houve mais ataques.[caption id="attachment_30842" align="alignright" width="211" caption="Interesses culturais reúnem jovens como Willber e Juana na escola que recebe fomento do governo. Foto: Rennato Testa"][/caption]Todos os fins de semana, jovens gays, bissexuais e travestis entre 14 e 24 anos organizam-se nas três turmas de dez alunos da escola. O clima é de descontração. Muitos estão fora da escola tradicional. É o caso de Gabriel. Aos 15 anos, não aceito pela família biológica, o garoto relata diversas fugas de abrigos da prefeitura, onde era, muitas vezes, hostilizado pelos outros adolescentes. Encontrado à beira de situação de risco pelo fundador da escola, Gabriel vive com o casal no espaço da escola desde o ano passado. “Eu sou aluno integral”, brinca. A travesti Juana, de 21 anos, é exceção. Ela está no segundo ano do Ensino Médio de uma escola estadual da cidade e conta que conquistou o respeito de colegas e professores. “A vice-diretora até foi assistir minha apresentação de dança”, comemora. Juana também luta pela erradicação da homofobia nas escolas: “Todo travesti tem o direito de estudar”. A sensação de estar entre semelhantes faz toda a diferença para o jovem Willber, 18 anos. Um pouco mais tímido, o rapaz conta, com os joelhos balançando de nervosismo, que ficou sabendo da escola por meio dos amigos. “Aqui todo mundo entende como eu sou, eu me identifico com eles”, garante.Além dos três cursos em vigor hoje (criação de revista, música e teatro), a escola já ofereceu aulas de dança, criação de fanzines e um curso livre de defesa pessoal. Ministrada por um especialista em artes marciais, o curso era focado em como evitar e como escapar de agressões. Até o fim do ano, Deco espera oferecer cursos de Sociologia da Homossexualidade, de Espanhol e de Drag Queen, que será desenvolvido por Lohren Beauty e vai ensinar desde a escolha do figurino e maquiagem até presença de palco.Antigo participante da lista de e-mails que deu origem ao E-Jovem, Breno Queiroz, de 25 anos, recebe 300 reais por mês para ministrar uma oficina semanal de criação de revistas. Ano passado, o jornalista já havia participado como professor do curso de produção de fanzines, publicação alternativa que trabalha com linguagem de quadrinhos. “Muitos foram praticamente alfabetizados com o fanzine, outros não sabiam usar o computador”, lembra. As oficinas deram origem a cinco volumes do fanzine No Closet, cuja tiragem de 5 mil exemplares foi distribuída gratuitamente.Para o diretor da escola, o movimento LGBT passa por um período de transição. O primeiro momento, marcado pela busca da visibilidade e aceitação, já passou. Agora é a hora do discurso, da sociedade saber o que os gays têm a dizer. Por outro lado, o aumento da visibilidade alimentaria rea-ções de setores mais conservadores. Apesar de ter sido o ano da aprovação da união estável entre pessoas do mesmo sexo, 2011 encaminha-se para o triste recorde de assassinatos de homossexuais no Brasil.* Tory Oliveira faz jornalismo na Cásper Líbero e é repórter das revistas Carta na Escola e Carta Fundamental.** Publicado originalmente no site da revista Carta Capital. Educação Financeira Pequenos consumidores por Laís Fontenelle Pereira, da Carta Capital [caption id="attachment_30850" align="alignleft" width="300" caption="É dever do educador formar cidadãos conscientes, atentos aos excessos da publicidade que, tendo crianças como grandes alvos. podem levar à erotização precoce, à obesidade e à violência. Foto: Sylvia Villero/Photononstop/AFP"][/caption]Educar nunca foi tarefa fácil para pais nem para os educadores mais experientes. E a contemporaneidade tem nos colocado novos e árduos desafios, principalmente no que diz respeito ao consumo. Podemos dizer que, hoje, a formação de nossas crianças não está somente nas mãos da escola ou da família, pois é compartilhada com as diferentes mídias, atravessadas por mensagens de apelo ao consumo. E aí está o maior desafio para os educadores: como integrá-las à educação formal e ajudar o jovem a ter uma visão mais crítica sobre o que consome? Como educar e formar nossas crianças para que sejam consumidores mais conscientes no futuro? Antes de nos debruçarmos especificamente sobre o papel do educador para a transformação da realidade atual, vale uma reflexão sobre a delicada relação que a criança tem estabelecido com o consumo.Vivemos num mundo acelerado, ligados aos meios de comunicação e às redes -sociais desde o momento em que acordamos até a hora em que vamos dormir. O tempo é outro, no qual a conectividade e o consumo pautam nossa socialização. Nesses novos tempos, crianças de todo o mundo têm consumido cada vez mais diferentes mídias e, muitas vezes, realizam esse consumo de forma simultânea: ouvem rádio enquanto navegam na internet, assistem à televisão lendo gibis, participam de jogos interativos no computador ao mesmo tempo que falam ao telefone ou se utilizam de outros gadgets digitais.Apesar da influência das novas mídias e da internet, vale destacar que, no Brasil, é a televisão que ainda dita tendências de consumo. A criança brasileira é uma das campeãs mundiais no tempo médio diário que assiste à tevê. De acordo com levantamento do Ibope feito com jovens de 4 a 11 anos, das classes A, B e C, ela passa quatro horas e 54 minutos diante da tela. Em áreas de maior vulnerabilidade social e econômica, o tempo médio chega a espantosas nove horas por dia. Um tempo de consumo que ultrapassa o período médio que passa no ambiente escolar: cerca de três horas e 15 minutos, segundo estudo elaborado pela Fundação Getulio Vargas em 2009.Daí pode-se dizer sem medo que a televisão tem sido um dos meios mais constantes no processo de socialização e formação da criança brasileira. Aliás, é também a forma de entretenimento preferida entre as crianças, à frente das brincadeiras e mesmo de atividades como andar de bicicleta, segundo pesquisa realizada na cidade de São Paulo pelo Datafolha em março de 2010.Pedagogia televisivaAssim, outra pedagogia se instalou à infância: a da tevê, que passou a ter o poder não só de entreter, mas de informar e educar. O problema é que essa mídia educa para o consumo sem reflexão, e não para a cidadania. O mercado enxergou no abandono das crianças diante das telas uma grande chance de aumentar seus lucros e passou a criar uma série de programações e produtos feitos sob medida. Foi também nesse contexto que a publicidade dirigida às crianças entrou em cena com força total e passou a endereçar ao público infantil mensagens de apelo ao consumo de produtos voltados tanto a crianças quanto a adultos.Esse tipo de publicidade aproveita-se da vulnerabilidade infantil para vender e, como resultado, a criança influencia até 80% das decisões de compra de uma família, de acordo com pesquisa da InterSciense de 2003. Vitrines lotadas dos mais variados brinquedos, merchandising dentro da programação infantil e até dentro de escolas, produtos licenciados e embalagens chamativas são apenas algumas técnicas de comunicação mercadológica utilizadas para atingir os pequenos. O grande problema está no fato de que as crianças são seres em desenvolvimento psíquico, afetivo e cognitivo e que a maioria delas, até os 12 anos, ainda não tem a capacidade crítica e de abstração de pensamento formada para compreensão total do discurso persuasivo dos apelos para o consumo. Além disso, as crianças menores ainda confundem muitas vezes publicidade com conteúdo da programação.Hoje, todos somos impactados pela comunicação de mercado, que nos convida a consumir de forma desenfreada e sem reflexão. Ainda em pleno desenvolvimento e, portanto, mais vulneráveis que os adultos, as crianças sofrem cada vez mais cedo as graves consequências relacionadas aos excessos do consumo. A publicidade dirigida ao público de até 12 anos de idade gera impactos bastante negativos ao desenvolvimento infantil saudável, pois contribui para o aparecimento de problemas como o consumismo, a erotização precoce, os transtornos alimentares, a obesidade, o estresse familiar, o consumo precoce de álcool, a violência e a diminuição das brincadeiras criativas, entre outros. É claro que são todas questões multifatoriais e que, portanto, a publicidade não é a única causa de seu aparecimento. No entanto, já se sabe que é um dos mais importantes entre os fatores que as causam.Dados como os mais recentes da pesquisa de Orçamento Familiar POF/IBGE de 2008/2009 nos chocam ao mostrar que 33% das crianças brasileiras estão com sobrepeso e 15% obesas por causa da ingestão descontrolada de alimentos ultraprocessados. Ou o de que o acesso rápido ao consumo, independência e prestígio são os principais motivadores de delitos entre os/as internos/as da Fundação Casa, indicou pesquisa sobre o perfil realizado em 2006. Em relação ao consumo precoce de álcool, estudo da Fapesp de 2009 mostrou que 62% dos adolescentes afirmaram ter sido expostos quase todos os dias, até mais de uma vez, a publicidades de bebidas alcoólicas. Não é coincidência que a idade na qual se inicia o consumo regular de bebidas alcoólicas no Brasil esteja entre 12 e 14 anos.Reinventando as relações de consumoO consumismo é, portanto, um hábito que se tornou uma das características mais marcantes de nossa sociedade. Mas nenhuma criança nasce consumista, e aqui vale uma reflexão ética sobre quais hábitos e valores estamos transmitindo. Hábitos consumistas e valores materialistas que priorizam o ter em detrimento do ser. O individual acima do coletivo. A competição em vez da cooperação. Além de proteger a criança legalmente da comunicação mercadológica que lhe é dirigida – como já fizeram 28 outros países do mundo (incluindo os dez com melhor qualidade de vida) –, precisamos prepará-la para que seja uma cidadã e consumidora consciente e responsável.Educar, assim, é um ato político. O ponto central é que devemos trazer para ela a reflexão a respeito do sentido e da responsabilidade do que consumimos como tema transversal nas escolas. Essa é a base para uma educação voltada para o consumo responsável. Precisamos começar a mudar nossos próprios hábitos de consumo, além de educar nossas crianças para que tenham responsabilidade ao comprar. Elas são o prefácio para um mundo mais ético e sustentável e têm nas mãos o poder de reinventar as relações de consumo. Tudo depende da forma como as educamos. Criança precisa ter infância para ser criança.Isso posto, fica claro que os educadores devem cumprir sua função social com as crianças, pois têm diariamente a oportunidade de contribuir para a formação de agentes autônomos, criativos e críticos. Consumir pode significar extinguir e destruir. Enquanto educadores, temos o dever de parar e pensar: que infância estamos construindo?* Publicado originalmente no site da revista Carta Capital. Reflexão O Ensino Médio e as expectativas de aprendizagem por Wanda Engel* Um fato possivelmente desconhecido da maioria dos brasileiros é o de que não existe no Brasil um currículo mínimo em nível nacional. Contamos apenas com “diretrizes curriculares” que, como não poderia deixar de ser, apresentam somente indicativos orientadores da definição dos conteúdos curriculares. Na maioria dos casos, essa definição cabe às escolas e, quando não, ao próprio professor.São poucos ainda os estados que determinaram seus currículos únicos. A defesa dessa autonomia se baseia na ideia do respeito à diversidade cultural brasileira. Um exemplo das consequências dessa liberdade é o caso de uma estudante de ensino médio, filha de militar, que cursou cada série em um estado da Federação.Na primeira série, em física, o foco foi magnetismo. Na segunda série, estudou magnetismo e, na terceira, magnetismo. A par de ter tido a oportunidade de desenvolver uma “personalidade magnética”, a aluna não ouviu sequer falar em nenhum outro campo da física. Na verdade, a par do respeito às diferenças culturais, deveria ser respeitado o direito de todo jovem, independentemente de sua contingência geográfica, cultural, social ou econômica, desenvolver, ao final de seu ensino básico, as habilidades e competências consideradas essenciais para sua inserção no mercado de trabalho ou para a continuação dos estudos. Mas quais seriam essas competências? Essa é uma pergunta que vale um milhão.Durante décadas, coube aos livros didáticos a definição dos currículos. Com a instituição das avaliações em larga escala, em nível nacional, as matrizes de competência, construídas para os exames de final do ensino médio (Saeb e Enem), tornaram-se as “diretrizes” para as definições curriculares. Ou seja, em vez de o currículo determinar a matriz de avaliação, ela vem definindo o currículo.A nova proposta de Diretrizes Nacionais Curriculares para o Ensino Médio (DCNEM 2011) é enfática na necessidade urgente da definição de “expectativas mínimas de aprendizagem”, em nível nacional, para o final desse ciclo.A mudança de nomenclatura, além de ter a possibilidade de escapar das infindáveis discussões sobre currículo mínimo, ainda carrega a vantagem de inverter o foco. Na questão do currículo, o foco é o ensino, enquanto nas expectativas, o foco é a aprendizagem. Isso corrobora um movimento que evoluiu do “direito à Educação” para o “direito de aprender”. Estabelecido o foco na aprendizagem, voltamos à pergunta básica. Afinal, quais seriam as expectativas mínimas de aprendizagem necessárias ao final do ensino básico?Mínimas para garantir tanto o caminho do trabalho quanto o da universidade, para todos os jovens brasileiros. A partir desse mínimo seria possível agregar outras competências, em função das características locais ou pessoais do estudante.O desafio maior é justamente definir o mínimo. A tendência devastadora será partir dos atuais 14 componentes curriculares obrigatórios, e mais seis transversais, cujos especialistas consideram cada detalhe de sua área como absolutamente fundamental.Se formos por esse caminho, chegaremos, sem dúvida, a um mínimo mega que aumentará o desânimo de nossa juventude, já tão perdida no emaranhado da proposta enciclopédica de nossas escolas.Se conseguirmos chegar às expectativas essenciais de aprendizagem ao final do ensino médio, teremos dado um passo fantástico no sentido de reorganizar o currículo de todo o ensino básico. Com os parâmetros iniciais (todas as crianças alfabetizadas) e os finais (expectativas básicas ao término do ensino médio), ficaria mais fácil definir expectativas para os pontos críticos em que ocorrem mudanças na estrutura curricular o final da nona e da quinta séries.O caminho poderia ser “de trás para a frente”. Já que, ao final de seus estudos básicos, um aluno necessitaria aprender no mínimo X, qual seria seu desempenho necessário ao final do fundamental e o que precisaria ter aprendido ao término do primeiro segmento?A clareza sobre as expectativas, ao final de cada uma dessas etapas, possibilitaria um trabalho de correção de deficiências antes do início de nova fase, de forma a evitar o maléfico acúmulo de lacunas que leva quase sempre ao abandono.Estabelecidas tais expectativas, teríamos também a possibilidade de restabelecer a lógica do processo, partindo delas para a revisão das matrizes de competência do Saeb e do Enem e, quem sabe, transformando o último num exame universal e obrigatório para o final do ensino básico.* Wanda Engel é superintendente-executiva do Instituto Unibanco.** Publicado originalmente no jonral Correio Braziliense e retirado do site do GIFE - Grupo de Institutos Fundações e Empresas. Professores Não gosto do Dia do Professor por Gilberto Dimenstein* Não gosto do Dia do Professor, a ser comemorado no próximo sábado, por um único motivo: é um dia pouco comemorado. Deveria merecer mais, muito mais atenção, do país. Quase passa despercebido.Não há nenhuma profissão tão importante para uma sociedade que se proponha a ser civilizada. É mais importante do que a medicina, que salva vidas, afinal quem forma o médico é o professor.Nada deveria ser tão importante para uma nação do que saber atrair seus melhores talentos para ajudar a disseminar e produzir conhecimento. O que exige uma série de ações coordenadas e complexas. Isto significa que, no final, a pessoa tem de ter orgulho de ter essa carreira.Não é o que ocorre. Estamos longe, muito longe, de recrutar os melhores talentos. Os salários não são atrativos. As condições de trabalho são péssimas, para não dizer vergonhosas.Justamente por ter essa visão é que, aqui nesse espaço, faço questão de provocar polêmicas, não apenas criticando os governos, mas também, muitas vezes, quem se dispõe a defender os professores, esquecendo-se do mérito.Há uma série de demandas corporativas que apenas se encaixam nesse ambiente de degradação. Basta lembrar quantas vezes dirigentes sindicais, sem a menor preocupação com o mérito, atacaram e atacam esforços para reduzir o absenteísmo, demitir professores sem condições de trabalhar ou exigir maior desempenho. Sem contar o explícito uso da máquina sindical para fazer política. Isto, para mim, apenas degrada a imagem do professor. Assim como os governos também usam a educação para fazer política eleitoral.Some-se a isso que, apesar de todos os avanços, as famílias e a opinião pública pouco acompanham a educação pública. Um sinal de ignorância vemos nas pesquisas que indicam a satisfação dos pais com o ensino público.Uma medida da nossa civilidade poderá ser medida pela atenção e reverência que se tenha no Dia do Professor.* Gilberto Dimenstein é colunista e membro do Conselho Editorial da Folha de S.Paulo, comentarista da rádio CBN, e fundador da Associação Cidade Escola Aprendiz.** Publicado originalmente no Portal Aprendiz. 1 2 3 4 GS_googleAddAdSenseService("ca-pub-4779884847616192");GS_googleEnableAllServices();GA_googleAddSlot("ca-pub-4779884847616192","HomePatrocinio300x100");GA_googleFetchAds();GA_googleFillSlot("HomePatrocinio300x100");receba nossa newsletter email: Abolicionista contra a pena de morte exortam a Liga Árabe Londres, Inglaterra, 14/10/2011 – Ativistas de todo o mundo exortaram a Liga Árabe e a Comissão Africana para os Direitos Humanos e do Povo a explorarem a possibilidade de adoção de protocolos regionais destinados a abolir a pena de morte. Mais de 100 representantes de governo e de organizações da sociedade civil de todo o planeta adotaram uma resolução ao fim de um encontro organizado nesta cidade pelo grupo Reforma Penal Internacional (RPI).No texto exorta-se a Liga Árabe e a Comissão Africana a intervirem “em reconhecimento do importante papel que têm os organismos regionais e interregionais na formação de padrões e normas”. A resolução também pede à Liga Árabe que “emende o artigo 7 da Carta Árabe de Direitos Humanos para proibir completamente as sentenças de morte e as execuções de menores de 18 anos no momento em que cometeram o crime”.“A Declaração de Londres, adotada de forma unânime por mais de 100 participantes na conferência organizada pela RPI, incluindo representantes governamentais e da sociedade civil de países tanto abolicionistas como os que mantêm o castigo de quase todas as regiões do mundo, é considerada um grande avanço” contra a pena de morte, disse à IPS Jacqueline Macalesher, do RPI. “Agora virá o apoio das organizações, e também se espera o apoio do Ministério de Assuntos Exteriores da Comunidade Britânica”, acrescentou.O RPI acredita que a Declaração irá gerar um impulso “para a moratória e a abolição em nível mundial. Reflete a determinação da comunidade de direitos humanos de avançar para uma abolição universal”, disse Macalesher. Para ela, a Declaração “será usada como nova ferramenta dos abolicionistas em seus esforços para estimular os Estados que mantêm a pena capital a implantarem os mínimos padrões, bem como uma moratória das execuções e sentenças, e que avancem para uma plena abolição em lei”.Segundo Macalesher, “a Declaração também faz uma importante afirmação de que aqueles Estados que aboliram a pena de morte deveriam adotar sanções alternativas, com a prisão perpétua, que sejam justas, proporcionais e respeitem os padrões internacionais de direitos humanos”.A Declaração indica que não há evidência convincente de que a pena capital sirva de dissuasão para o comportamento criminoso de forma mais eficaz do que outros castigos. Também afirma que “onde se mantém por completo a pena de morte, esta deveria ser imposta para os crimes mais graves, e depois de um julgamento justo do acusado”.A resolução destaca que “a pena de morte cria vítimas adicionais – os familiares dos executados –, que em geral são esquecidos, marginalizados ou estigmatizados pela sociedade. “O objetivo essencial do sistema penitenciário deve ser a reabilitação social dos prisioneiros”, diz o texto. E acrescenta que nos países onde há pena de morte ao menos se deveria acabar com a obrigatoriedade da pena máxima para determinados crimes, e estabelecer pautas para sua aplicação.Do encontro em Londres participaram representantes de 31 países: Argélia, Armênia, Áustria, Azerbaijão, Bangladesh, Bielorússia, Bélgica, Canadá, China, Estados Unidos, Francia, Geórgia, Grã-Bretanha Jordânia, Cazaquistão, Quênia, Quirguistão, Líbano, Marrocos, Nigéria, Polônia, Qatar, Rússia, Síria, Suíça, Tajiquistão, Tanzânia, Tunísia, Turquia, Ucrânia y Uganda.A resolução também indica que as nações devem “proibir a aplicação da pena capital contra jovens, pessoas que eram menores quando cometeram o crime, grávidas, mães com filhos pequenos e os que têm problemas mentais”.Além disso, exorta para “capacitar juízes e profissionais que trabalham no sistema penal para garantir que sejam plenamente conscientes dos padrões relevantes internacionais referentes à pena capital”. Também chama os Estados a adotarem uma moratória oficial ou de fato das execuções, bem como uma abolição parcial, a comutar as penas por prisão perpétua, tomando também em consideração o tempo que os condenados já passaram atrás das grades.Além disso, exorta a “serem dados os passos necessários através de reformas legislativas e constitucionais para abolir a lei de pena de morte para todos os crimes”.  Envolverde/IPS por Sanjay Suri, da IPS Fechamento de paraísos fiscais é a chave contra a fome Madri, Espanha, 13/10/2011 – Para colaborar eficazmente na luta contra a fome no mundo, o governo da Espanha deve impulsionar já o fechamento de paraísos fiscais e a criação de um imposto sobre movimento especulativo de capitais, disse à IPS Jesús María Medina, coordenador da campanha Direito à Alimentação.A iniciativa de luta contra a fome, da qual participam dezenas de organizações não-governamentais de toda a Espanha, faz parte da celebração, no próximo domingo, do Dia Mundial da Alimentação e, na segunda-feira, do Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza.Outro participante da campanha, Amador Gómez, diretor-técnico da organização Ação Contra a Fome, disse à IPS que o governo espanhol deve ter presente que o Direito à Alimentação é reconhecido pela jurisdição internacional e, portanto, os Estados têm “a obrigação de fazê-lo valer”.O governo espanhol, acrescentou Gómez, não só deve fazer tudo o que estiver ao seu alcance, com deve atuar com firmeza nos fóruns de decisão, como a União Europeia e a Organização Mundial do Comércio (OMC), para que sejam limitadas as proporções de matérias-primas que podem ter um só investidor ou grupo de investidores, estabelecer tributos sobre movimentos financeiros especulativos e suprimir os paraísos fiscais.Também propõe que sejam estabelecidas moratórias sobre a compra e venda de terras em grande escala e que se leve em conta que “os alimentos deixaram de ser um bem básico e passaram a ser um novo recurso estratégico e, com isso, objetivo de especulação. Especula-se com um recurso básico que é necessário e indispensável para as famílias”, afirmou.Sobre este último aspecto, Gómez insistiu em destacar que, apesar dos aumentos de preços registrados anualmente desde 2008, não foram tomadas medidas para evitar que isso ocorresse e “as capacidades das famílias não aumentaram, ficando mais expostas a esta terrível situação”. Para Gómez, “cuidar dos alimentos é proteger as famílias, bem como especular com eles é especular com a saúde e a nutrição das famílias com menos recursos”, acrescentou.Medina, por sua vez, recordou que o governo espanhol nos últimos três anos deu uma importante prioridade à cooperação ao desenvolvimento, mas que além disso deveria fazer com que se atue contra o “tremendo movimento de monopolização de terras o Sul”. Este fenômeno, calculado em mais de 200 milhões de hectares nos países em desenvolvimento, é majoritariamente destinado a produzir agrocombustíveis e fibras para a indústria têxtil, entre outros produtos, e não para aumentar os alimentos para as populações locais, acrescentou.Por isso, Medina considera que faltam diretrizes para uma atuação da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) contrapondo-se a essa monopolização e que se exorte urgentemente os governos a criarem uma moratória sobre a venda de alimentos em grande escala. Disse que, além de combater o movimento financeiro especulativo, o governo deveria gerar uma bolsa de recursos contra a fome, destinada aos países do Sul.Por fim, destacou que a produção de agrocombustíveis, da qual a União Europeia participa incentivando-a, tem um impacto negativo na segurança alimentar dos países mais empobrecidos. Nessa linha, destacou que 40% da colheita de milho nos Estados Unidos são usados para fabricar metanol e que em outros países, como na Indonésia, diminuiu a produção de alimentos devido ao uso de terras para plantar a palma africana.O fruto desta planta, cujo cultivo extensivo necessita pouca mão de obra e muito fertilizante químico, fortes herbicidas e muito terreno, é usado, em sua maioria, para fabricar cosméticos, sabão, detergente, velas, lubrificantes e outros produtos similares. Dessa forma, não só se utiliza a terra para acumular alimentos como a enfraquece e contamina.A organização Ajuda em Ação destaca em seu último informe que, segundo a FAO, em 2009 havia no mundo 1,020 bilhão de famintos, e outros dois milhões que sofrem a chamada “fome oculta”, ou seja, carências severas de micronutrientes, o que dificulta o desenvolvimento de suas capacidades e funções vitais. Por isso esta entidade não-governamental, apoia a campanha Direito à Alimentação, junto com a católica Cáritas Espanhola, Engenharia Sem Fronteiras e Prosalus.A campanha, entre outras coisas, pretende sensibilizar os governos do mundo para que tornem efetivo o direito à alimentação no contexto de uma política de soberania alimentar. E, também, que se imponha o respeito, a proteção e garantia do direito à alimentação como um direito humano fundamental.Para isso, propõe-se uma revisão das políticas públicas e que se destina dinheiro suficiente para garantir a efetividade do direito à alimentação em todos os países do mundo, dando especial atenção aos do sul.  Envolverde/IPS por Tito Drago, da IPS Oposição sob o guarda-chuva de um conselho nacional Nova Iorque, Estados Unidos, 14/10/2011 – A heterogênea oposição que há sete meses se levantou contra o regime da Síria, encabeçado pelo presidente Bashar al-Assad, conseguiu se agrupar sob o guarda-chuva do Conselho Nacional Sírio (CNS), no começo deste mês. O grupo se reuniu no último dia 2 em Istambul, na Turquia, onde fez o anúncio formal de sua criação, explicou sua estrutura e objetivos e divulgou uma declaração.Destacadas figuras internacionais aplaudiram o fato, embora o governo sírio tenha ameaçado adotar “duras medidas” contra os países que o reconhecer. O chanceler francês, Alain Juppé, declarou na segunda-feira que a França pretende estabelecer relações com CNS, enquanto a União Europeia qualificou o fato como “um passo positivo”.O mal-estar popular na Síria começou em março deste ano com cobranças de reformas e críticas contra a corrupção no governo, que respondeu com promessas não cumpridas, o que exacerbou os protestos. As autoridades optaram por reprimir com tanques e balas, deixando quase três mil mortos, segundo estimativa da Organização das Nações Unidas (ONU).O núcleo do CNS foi anunciado em meados de setembro, após negociações entre vários partidos políticos. O Conselho, com uma assembleia geral de 230 membros, comitê executivo de 29 e um comitê presidencial de sete membros, representa um amplo espectro político, da esquerda à Irmandade Muçulmana. Entre os membros do comitê executivo há quatro curdos, um assírio e vários cristãos, drusos e alauitas.A preocupação imediata do CNS é “ter uma entidade sólida e bem fundamentada”, disse um dos membros, Ausama Monajed, as IPS. Até consolidar sua liderança e estrutura, a organização se reunirá com governantes estrangeiros. Sua ideia é “formar um órgão nacional que represente a revolução síria, expresse seus objetivos de terminar com o regime, consiga um caminho democrático e construa um Estado civil moderno”, diz o documento divulgado em Istambul.A organização se considera um “guarda-chuva político da revolução no cenário internacional”, que pretende “divulgar a mensagem do povo no âmbito diplomático, inspirado em iniciativas anteriores e tentativas de unificar diferentes grupos de oposição”, acrescenta a declaração. Também reconhece sutilmente as dificuldades que existiram para reunir a oposição.“É um acordo que inclui os comitês e toda a oposição”, disse à IPS o ativista conhecido pelo pseudônimo de Alexander Page, que morou em Damasco até o começo deste mês, quando precisou fugir após ver comprometida sua verdadeira identidade. Trabalhou na CNN e no Hunffington Post, entre outros meios de comunicação.Na atual conjuntura não se poderia ter formado um conselho opositor melhor, disse Page, afirmando que o CNS conseguiu concentrar notável apoio popular, que mantém contato com vários grupos revolucionários da Síria.O Conselho rechaçou de forma explícita a intervenção estrangeira, “que enfraquece a soberania do povo sírio”, afirmou o especialista político franco-sírio Burhan Ghalioun, presidente do CNS.Vários motivos alimentam os sentimentos contra uma intervenção internacional, assunto muito sensível pela propaganda interna do regime e pela sombra da participação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (otan0 na Líbia. O governo sírio afirma desde março que grupos armados lançam ataques contra o país, com as forças de segurança respondendo e sufocando os supostos ataques.O regime sírio utilizará a carta da intervenção internacional para sustentar seu fundamento de que governos estrangeiros atentam contra a soberania da Síria. Séria prejudicial dar a oportunidade de legitimar seu argumento. Muitos se preocupam com a possibilidade de, havendo uma intervenção estrangeira, ocorra o mesmo que na Líbia com a Otan. No máximo, o CNS pedirá uma área de exclusão aérea ou uma área de contenção, disse Page.O CNS buscará medidas para garantir a proteção da população civil, como uma resolução do Conselho de Segurança da ONU dispondo que observadores ajudem a acabar com a violência, disse Monajed. A comunidade internacional deve “proteger os civis por todos os meios legais previstos na carta da ONU e nas convenções internacionais”, disse Hozan Ibrahimn, porta-voz da rede de Comitês de Coordenação Local da Síria e integrantes do CNS.O Conselho de Segurança da ONU, por sua vez, foi criticado por não buscar uma voz única condenando a violência, a morte de civis, as detenções arbitrárias e a tortura. Além disso, o duplo veto de China e Rússia no último dia 4 barrou uma resolução condenando as autoridades sírias, bem como as “sistemáticas e contínuas violações de direitos humanos” e exortando por um “processo político inclusivo”, sem violência nem intimidações.Além dos vetos de Rússia e China, Brasil, Índia, Líbano e África do Sul se abstiveram, o que indica uma duvidosa solidariedade internacional para lidar com a situação na Síria. A Rússia tem fortes vínculos empresariais com a Síria. O maior exportador de armas russo, Rosoboronexport, continuará vendendo armas à Síria, informou a agência Reuters em agosto deste ano.A União Europeia e os Estados Unidos já impuseram sanções à Síria, e a Turquia anunciou que fará o mesmo. “Infelizmente, a Rússia só espera o preço correto para vender”, disse Monajed à IPS. Para Moscou, a Síria é uma questão de dinheiro, interesse regional e influência, acrescentou.O CNS espera que o Ocidente possa pressionar ou chegar a um acordo com a Rússia para que uma resolução do Conselho de Segurança permita que observadores das Nações Unidas ajudem a evitar mortes de civis e obrigue o regime a responder por seus atos, disse Monajed.  Envolverde/IPS por Elizabeth Whitman, da IPS Crise econômica alimentou a xenofobia Helsinque, Finlândia, 14/10/2011 – “Desde a crise econômica, os migrantes corre cada vez maiores riscos diante o racismo e da xenofobia’, afirmou ontem o presidente da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Nassir Abdulaiziz Al-Nasser.Al-Nasser fez esta declaração na capital finlandesa durante o seminário internacional “Migração e comunicação”, organizado em conjunto pela Organização Internacional para as Migrações (OIM), chancelaria da Finlândia e agência de notícias Inter Press Service (IPS).Segundo Al-Nasser, para redirecionar o debate político sobre a migração é necessário “prestar muita atenção aos fatos e por fim aos mitos”. Acrescentou que “hoje as migrações Sul-Sul estão tão propagadas quanto as migrações Sul-Norte. A maior parte das migrações ocorrem em curtas distâncias para países vizinhos e dentro de uma mesma região”, acrescentou.Embora se fale mais da emigração para o norte, Al-Nasser disse que, por exemplo, “nos Estados árabes e no Golfo os imigrantes são mais da metade da população em idade economicamente ativa. E estes enviam dinheiro às suas famílias em seus países de origem. Em 2010, foram enviados cerca de US$ 325 bilhões. Nos últimos dois anos, o custo das remessas caiu, ajudando a tirar muitas famílias da pobreza”.Além disso, destacou que a cooperação internacional é necessária para garantir que as migrações ocorram “em condições ótimas com ótimos resultados”, e acrescentou que “as organizações internacionais devem garantir que as migrações beneficiem os países de origem dos emigrantes”.Essas necessidades e esses fatos devem ser conhecidos e bem entendidos, concordaram participantes do seminário, fatos referentes tanto aos benefícios que as emigrações trazem às economias dos países receptores como sobre os que contribuem para o desenvolvimento de suas nações de origem.Isto se converteu em uma necessidade urgente, considerando a hostilidade que podem gerar as ideias relacionadas sobre as migrações, disse William Lacy Swing, diretor-geral da OIM. “Uma onda de sentimentos anti-imigrantes varreu o mundo. É preciso começarmos a formar uma visão mais acertada do que é a migração”, acrescentou.Mais que os fatos, são o discurso da mídia e a opinião pública que influenciam as políticas, disse Swing. “E esse impacto é muito negativo. A xenofobia está reaparecendo nas sociedades. As contribuições esmagadoramente positivas da esmagadora maioria são rapidamente esquecidas”, afirmou. “Necessitamos acabar com os mitos da migração”, prosseguiu. Um mito comum é que ocorre através de fronteiras internacionais, mas “não é bem assim”, destacou.Além disso, Swing indicou que o número de migrantes que se movimentam dentro de seu próprio país é três vezes maior do que os que viajam para outras nações. Informes recentes mostram que 210 milhões de pessoas migram dentro da China. “Isto está bem perto dos 214 milhões de migrantes internacionais”, ressaltou.Diante dos desequilíbrios econômicos, a migração é inevitável, disse Swing. “A migração é uma das estratégias mais antigas para a redução da pobreza. Se não pode fazer onde você está, você muda”, afirmou. Essas necessidades não são levadas em consideração. “É importante recordar que muitas pessoas sofrem a necessidade de fugir, de converter-se em refugiadas, buscar uma vida decente e trabalhar em outra região”, disse à IPS a ministra finlandesa para o Desenvolvimento Internacional, Heidi Hautala.“Temos que ser muito mais conscientes da necessidade de proteger essas pessoas”, disse Hautala, acrescentando que a Finlândia terá os migrantes em mente quando elaborar um novo programa de políticas. “Quero destacar que precisamos dar um lugar especial aos direitos das mulheres e das crianças, e reconhecer que estão no centro de todas as fases de deslocamento”, ressaltou. Todos os participantes concordaram que é preciso melhor informação sobre o fenômeno. “Todos somos afetados por ele. Acontece em nossas sociedades. Daí que vem o papel da mídia e das organizações internacionais”, disse Peter Schatzer, chefe de pessoal da OIM.O mundo reconhece cada vez mais o impacto do fenômeno em todas suas formas, disse Schatzer. Em 2000 não figurava nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, “mesmo com sete destas metas estando afetadas pela migração”, acrescentou, lembrando que o debate agora está mudando para dar à migração um papel mais central.“No futuro importará mais”, disse o diretor-geral da IPS, Mario Lubetkin. "Necessitamos vincular a migração com o meio ambiente, com a mudança climática, com os desastres, com a água, os empregos, os direitos humanos, as mulheres, a infância. Necessitaremos informar mais sobre o que ocorre no cenário das migrações”, acrescentou.  Envolverde/IPS por Linus Atarah, da IPS As cidades precisam saber o que querem ser Um dos temas do EIMA 8, que será realizado de 17 a 20 de outubro em São Paulo, será a mobilidade urbana.O especialista em mobilidade, Antonio Lucio Gil, participará do Encontro Ibero-Americano sobre Desenvolvimento Sustentável (EIMA 8), na próxima semana em São Paulo. Em entrevista realizada pela equipe da EIMA 8, Antonio Lucio diz que as cidades precisam saber o que querem ser, e, em boa medida, saber o que são. Licenciado em Direito, o consultor foi diretor-geral de Promoções e Disciplina Ambiental da Comunidade de Madrid. Liderou a área de Meio Ambiente da Candidatura Olímpica de Madrid 2012, do final de 2003 até julho de 2005. É diretor da revista Ecosostenible e membro da Comissão de Meio Ambiente do Comitê Olímpico Espanhol. Antonio Lucio coordena, juntamente com a Rede Nossa São Paulo, o eixo de Cidades do EIMA 8.Confira a entrevista.Quais devem ser as prioridades para acelerar o progresso por um desenvolvimento sustentável nos próximos dez anos?Antonio Lucio: As tecnologias existem, os objetivos, os discursos oficiais e as boas intenções em geral também. Existe oferta de fornecedores e a demanda por bens e serviços. O que falta é combinar todos esses fatores entre todos os envolvidos. Isto significa convicção, compromisso, concordância. Definitivamente, significa governança. Esta governança requer uma maneira especial para exercer a liderança e para implementar os poderes públicos (regras, gerentes, contratação, promoção, etc.). Poderíamos dizer que devem ser novas formas de governança, mas, paradoxalmente, o que pode ser novo em relação à experiência recente também pode ser visto como um retorno à ortodoxia do bom governo. O que eu defendo é transcender os entornos minoritários, elitistas, especializados.Que setores econômicos considera que são mais importantes para construir uma economia verde que colabore com o desenvolvimento sustentável?Antonio Lucio: Do ponto de vista subjetivo, o setor público – como o grande criador de demanda e comprador de bens e serviços – tem uma prioridade fundamental na promoção do desenvolvimento sustentável. Eu destacaria dois setores, de naturalidade intrinsecamente urbana: o setor da construção em termos de reabilitação eficiente de edifícios e bairros me parece o mais importante, junto com o da mobilidade urbana. Em relação ao primeiro, cabe destacar um novo paradoxo. Sendo o setor da construção o causador de muitos desequilíbrios, tem agora a possibilidade de ser líder no sentido contrário. Este paradoxo, como diz o ditado popular, aparentemente simples, "é com uma mancha que se remove outra”. Seria, portanto, um fenômeno curioso da redenção.Qual é o maior desafio que as cidades enfrentam hoje em dia?Antonio Lucio: Saber o que querem ser, e, em boa medida, saber o que são. Pode parecer existencialista esta perspectiva, mas é disto que se trata. Nós pensamos que o desafio reside tanto em sacralizar os indicadores quantitativos (sejam umbrais de contaminação local ou de distribuição modal no transporte, por exemplo), como em gerar qualitativamente uma visão e uma ambição – compartilhadas e em consenso – sobre que qualidade de vida queremos desfrutar no nosso habitat, urbano, é claro. As cidades têm o privilégio de transbordar talento e recursos para fazer quase tudo o que pretendem respeitando a elas mesmas.Concretamente, em relação à mobilidade, por meio de que políticas e ações se estabeleceriam estratégias de mobilidade para as grandes e médias cidades nas próximas décadas?Antonio Lucio: Em algum documento do fórum do Conama, anotei a ideia de que não existem “balas de prata” para a mobilidade urbana, que não se pode passar recibo para essas infraestruturas que se apresentam como “a solução”, em nome de uma suposta “eficácia”, que são articuladas e inauguradas no lapso de um mandato. Frente a esta apelação e instrumentalização interessada da “eficácia”, se oferece a opção do “processo”, no qual concorrem as inteligências e os interesses plurais, inclusive divergentes, para ir avançando nas soluções menos imperfeitas possíveis e o mais coerentes possíveis.Definitivamente, para a mobilidade urbana, como para outras políticas, desconfio dos pretenciosos exercícios de “racionalidade substantiva”, ou seja, alguém decide de uma vez o que é bom para todos. Confio mais nos exercícios de uma procura coletiva e progressiva destas soluções que antes mencionei. O marco inteligente e adequado para cada caso, que faz possível esta procura é, no meu entendimento, a principal estratégia (sendo instrumental) para a mobilidade urbana. Esta “racionalidade de natureza de procedimentos” é a que, particularmente, se faz mais necessária. Não obstante, tenho dúvidas se algo assim seja bem recebido em geral por quem tem o poder. A cultura de governo no nosso país é a de prevalecer a posição de vantagem institucional, e não fazer concessões de diálogo aos grupos críticos. Estranho as vezes em que se atua de outra maneira por convicção.Qual é a importância de iniciativas como o encontro EIMA e qual o papel que deve exercer um evento como este num mundo globalizado, mas com tantas barreiras?Antonio Lucio:  O EIMA é importante, na minha perspectiva, na medida em que atua como estímulo exógeno que cria e fortalece capacidades endógenas para a mudança. As mudanças não se produzirão de forma milagrosa, nem munidas de “chaves nas mãos” por especialistas estrangeiros. As mudanças virão de processos vividos conscientemente pelas próprias cidades, a partir das suas próprias capacidades, da sua quantidade de conhecimento. Às vezes, estas são ativadas com estímulos externos, em contato com redes que operam a modo alcaloide. Definitivamente, se trata de gerar tendências de rendimentos crescentes a partir do caudal de conhecimentos difusos já existentes. Os clusters são espaços imprescindíveis para estas dinâmicas e estes clusters precisam ser ativados em intercâmbios de caudais de conhecimento.Veja aqui mais informações sobre o EIMA-8. por Redação Agência Envolverde 50% das queimadas viram gases de efeito estufa [caption id="attachment_30883" align="alignleft" width="300" caption="Análise de queimadas controladas permitirão elaboração e estruturação de políticas públicas voltadas para o tema. Foto: Arquivo Secom/Ag. Acre"][/caption]Para avaliar o impacto das queimadas na atmosfera da terra, na regeneração da floresta e no solo da Amazônia, um grupo de pesquisadores de várias instituições brasileiras realizou na última semana de setembro uma queimada controlada para análise científica de 40 mil metros quadrados de floresta na região de Rio Branco, a capital do Acre.O estudo, que faz parte do Projeto Temático “Combustão da biomassa de florestas Tropicaos”, é coordenado por João Andrade de Carvalho Junior, professor da Faculdade de Engenharia da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Guaratinguetá (SP).  De acordo com Carvalho,os dados da pesquisa permitirão quantificar os teores de carbono equivalente emitidos durante a queima, avaliar como os nutrientes do solo reagem às altas temperaturas, entender a dinâmica de regeneração natural da vegetação e medir os níveis de partículas no ar que podem causar danos ao sistema respiratório humano.Os resultados do projeto indicam até agora que a eficiência de combustão é de 50% na área onde foi realizada a queimada. Isto é, metade do estoque de carbono armazenado em um hectare de floresta se transforma, com a queimada, em gases de efeito estufa como CO2 e metano.Antes de realizar a queimada, de acordo com o professor coordenador do trabalho, é feita uma caracterização de toda a biomassa do local com a instalação de procedimentos de medida de quanto foi queimado em determinado terreno. É por isso que se realiza uma queimada controlada. “Se você chega numa queimada que já esteja ocorrendo, não é possível fazer mediação de biomassa e nem instalar torres e instrumentos de medidas velocidade e precipitação de vento. A queimada que fazemos é controlada no maior nível possível”, afirma.Em entrevista a Agência Fapesp, Carvalho disse que todos os cuidados são tomados. “Em primeiro lugar é construído um acero: um caminho que deixa um espaço de cerca de 25 metros em relação ao resto da mata, a fim de evitar a propagação do fogo. Além disso, a operação requer a presença de um carro tanque e de uma guarnição do corpo de bombeiro, que acompanha todo o processo”, explicou.O sítio de Cruzeiro do Sul, experiência de queimada anterior realizada em 2010 pelo projeto, tinha 582 árvores acima de 10 centímetros de diâmetro.  “Uma das árvores tinha entre 95 e 100 centímetros e uma delas tinha mais de um metro de diâmetro. Só essa árvore maior tinha de 8 a 9% do total da biomassa dos quatro hectares. Verificamos que o metano corresponde a cerca de 13% do total das emissões”, disse.Se o dado obtido na experiência anterior, feita em Cruzeiro do Sul pudesse ser extrapolado para toda a floresta amazônica, os níveis atuais de desmatamento, da ordem de 7 mil quilômetros quadrados anuais, provocariam uma emissão de CO2 equivalente comparável às emissões de cerca de 50 milhões de automóveis.“Felizmente, o desmatamento caiu muito, mas já tivemos anos em que a devastação chegou a atingir 27,5 mil quilômetros quadrados. Se os dados fossem extrapolados para toda a Amazônia em um ano com desmatamento dessa magnitude, a emissão de CO2 seria comparável à poluição produzida por quase 200 milhões de automóveis”, afirmou.O estudo é realizado em diversas fases e inclui uma série de avaliações antes, durante e depois da queima.Dois meses antes da queima, foi realizado o inventário florestal, para identificação e medicão das árvores e a coleta de amostras de solos. A etapa seguinte foi o corte da floresta.Os resultados das análises serão comparados e servirão para aferir a quantidade de carbono, nutrientes e microorganismos permanecem no solo após a queima. Além disso, será avaliado o que ocorre com a qualidade do ar.Os resultados do Projeto Temático terão grande importância para a elaboração e estruturação de políticas públicas voltadas para o tema, de acordo com Carvalho.A equipe, segundo Carvalho – que é engenheiro aeronáutico –, conta com engenheiros químicos, engenheiros mecânicos, biólogos, engenheiros florestais e um médico. “Algumas frentes do projeto estão se dedicando a estudar os impactos da queimada na saúde humana e suas consequências sobre as diversas espécies, como anfíbios e insetos”, disse.As queimadas controladas têm sido realizadas pelo projeto no Acre e em Mato Grosso. Estudos sobre o tema têm sido financiados pela FAPESP desde 1993 em diversos projetos sucessivos. O estudo deste ano foi feito em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a Universidade Federal do Acre (Ufac), a Universidade de Brasília (UnB), a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade de Washington, entre outras instituições.O atual Temático, iniciado em 2009, prevê a realização de três queimadas. A primeira havia sido realizada na região de Cruzeiro do Sul (Acre), em setembro de 2010. A terceira deverá ser realizada em 2013.Com informações da Agência Fapesp.* Publicado originalmente no site da revista Carta Capital. por Redação Carta Capital Consumo de carne cresceu 20% na última década com enormes impactos ambientais [caption id="attachment_30886" align="alignleft" width="300" caption="Rebanho de gado na Amazônia brasileira. A pesquisa mostrou que a maioria do desmatamento na Amazônia foi para criação de gado. Foto: Rhett A. Butler"][/caption] O consumo e produção de carne se mantêm em crescimento, de acordo com um novo relatório do Instituto WorldWatch, com impactos ambientais em larga escala ligados especialmente à propagação da criação industrial. Segundo o relatório, a produção global de carne triplicou desde 1970, e subiu em 20% desde 2000, com o consumo aumentando significativamente mais rápido do que a população global. “Muito do vigoroso crescimento na produção de carne é devido ao aumento da agropecuária industrial, ou criação industrial”, disse Danielle Nierenberg, pesquisadora do Worldwatch, em um comunicado à imprensa. O impacto ambiental da produção de carne afeta desde o uso da terra até o consumo de combustíveis fósseis. De acordo com outro relatório, de 2010, um quarto das terras do mundo é usado por 1,7 bilhões de cabeças de gado, enquanto um terço das terras aráveis do mundo serve para o plantio de grãos para a alimentação do gado. Enquanto isso, um bilhão de pessoas no mundo não têm comida suficiente, afirma a ONU. A criação de gado também foi responsabilizada pelo vasto desmatamento. No Brasil, aproximadamente 80% das terras desmatadas na Amazônia se tornam pasto, pondo em perigo a biodiversidade global e os estoques de carbono. A produção de gado também é uma indústria que consome intensamente grandes quantias de água, fertilizantes, pesticidas, herbicidas e combustíveis fósseis – que contribuem para a poluição global e degradação ambiental. O relatório descobriu que 23% da água do mundo usada para a agricultura vai para o gado. Os resíduos dos quase dois bilhões de animais de gado são um problema ambiental a mais. Por fim, a indústria de gado é uma grande contribuinte nas mudanças climáticas. Um relatório passado estimou que 18% das emissões de gases do efeito estufa do mundo vêm da criação de gado, embora o número tenha sido questionado posteriormente. Ainda assim, o gado produz quantidades significantes de metano e óxido nitroso, ambos gases do efeito estufa mais potentes do que o carbono. O relatório do Instituto Worldwatch argumenta que a criação industrial tem de longe o maior impacto no meio ambiente, e que o melhor seria se a indústria de gado se transformasse em uma produção orgânica. “A produção de carne devidamente administrada – como a do tipo seguido em pequena escala por pastores em pastagens secas – poderia, na verdade, sequestrar dióxido de carbono. É principalmente uma questão de repensar a carne em ambas as extremidades do caminho de produção e consumo”, declara o presidente do Instituto Worldwatch Robert Engelman. A riqueza tem um grande papel na quantia de carne que as pessoas consomem. No mundo em desenvolvimento, o consumo por pessoa é em média de 32 quilogramas de carne por ano. No mundo industrializado, esse número salta para 80 quilogramas anuais, quase 250 gramas de carne por dia. Leia na íntegra (em inglês). Tradução: Jéssica Lipinski. * Publicado originalmente pelo Mongabay e retirado do site CarbonoBrasil. por Jeremy Hance, do Mongabay Belo Monte já contratou quase 3 mil trabalhadores [caption id="attachment_30889" align="alignleft" width="300" caption="Máquinas pesadas e trabalhadores do Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM) já estão atuando na montagem do primeiro canteiro de obras da Hidrelétrica Belo Monte, na Região do Xingu (PA)."][/caption] Brasília - Quase 3 mil pessoas já foram contratadas pelo Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM) para as obras da usina hidrelétrica, nos canteiros dos sítios paraenses de Belo Monte, Pimental e Canal e Diques. Segundo o consórcio, boa parte deles são moradores de Altamira e de municípios vizinhos, como Vitória do Xingu, Anapu, Pacajá, Brasil Novo e Placas. No início de outubro já tinham sido contratados 2,6 mil funcionários, sendo16% deles mulheres. Grande parte dos trabalhadores (1.376) foram formados pelo programa Capacitar para Crescer, desenvolvido pelo próprio consórcio construtor para preencher parte das funções de pedreiro, carpinteiro, eletricista, armador, operador de máquinas pesadas, entre outras. A expectativa é a de que, até o fim do mês, sejam totalizados 1.854 profissionais formados e, até o final do ano, 3 mil tenham sido capacitados para trabalhar nas obras. De acordo com o CCBM, o ritmo de contratações tem aumentado para dar sequência aos avanços já ocorridos nas obras e, também, por causa das melhorias que foram feitas nas vias de acesso às obras. As informações, antecipadas pela Agência Brasil, serão divulgadas pelo consórcio nos próximos dias. Em setembro teve início o Capacitar para Incluir, subprograma vinculado ao Capacitar para Crescer. Ele estimulará a evolução profissional por meio de atividades educacionais à distância. As primeiras turmas frequentarão um curso de inclusão digital. Segundo o diretor de Projeto do Consórcio Construtor Belo Monte, Luis César Moreira, a principal meta para 2011 é a implantação dos acessos que permitirão a escavação do solo e de rocha previstas a partir de 2012. “Nossa expectativa é de consolidarmos, até o fim do ano, a estrutura gerencial da obra e os sistemas gerenciais que irão proporcionar a base para a execução do empreendimento”. “Até dezembro, o Travessão 27 [estrada vicinal da Transamazônica] estará em condições de proporcionar acesso mais rápido e seguro aos sítios Canal e Diques e Pimental, principalmente no crítico período das chuvas amazônicas. Até dezembro, também, planejamos estar com terraplenagem concluída e a implantação dos canteiros em estágio bastante avançado”, antecipou o diretor de Construção do CCBM, Marco Túlio. Edição: Rivadavia Severo * Publicado originalmente no site Agência Brasil. por Pedro Peduzzi, da Agência Brasil Ambiente Economia Sociedade Saúde Educação IPS Terramérica TERRAMÉRICA – Uma persistente Niña está de volta TERRAMÉRICA – Os pecados ambientais de Suape Meio ambiente deve ser abordado em todas as editorias Moratória da Soja aborda novos desmatamentos ilegais “O Cerrado é o veio natural da expansão sucroenergética no Brasil” Quem vai liderar a nova economia Economia, que te quero verde Exageros sobre a crise Turismo, perfeição e felicidade Marketing verde x realidade insustentável O Pan, os recordes e a Record Celulares atacam a pobreza Para que servem os sonhos? Estresse, um inimigo silencioso e perigoso Endometriose atinge 15% das mulheres “modernas” Cerca de 450 milhões de pessoas sofrem alguma perturbação mental Educação brasileira: “É hora de um levante em defesa do Piso Nacional para professores” Diversidade em sala de aula

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